La La Land

Eu já sabia que ia gostar de La La Land. Era óbvio: gosto de musicais, gosto dos atores principais, gostei do último filme do diretor (sdds Whiplash). Com toda repercussão, achei que ia acabar me decepcionando – tava pronta pra sair falando “É bom, mas não é tudo isso!”. Eis que… É tudo isso.

Mas calma: não acho que esse filme seja pra todo mundo. Não me venha com: “Ai, você falou que era bom, vi e achei uma bosta”. Tudo bem não ser o seu tipo de filme, tudo bem você achar que outros filmes merecem tanto destaque quanto. Mas cara, dizer que é um filme ruim é demais. Uma dica: se a cena inicial te deu preguiça, nem assiste o resto. Você não merece – brincadeira, mas ela resume bem a vibe do filme.

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Mesmo sendo um musical, as performances vocais são bem low profile, sem notas de arrepiar nem harmonias maravilhosas. Mas também é legal notar que, ainda que a música faça parte da narrativa, a dança é um recurso para momentos mais “abstratos” da trama, como uma manifestação de como eles se sentem por dentro – o que rende sequências instrumentais com coreografias bem fofinhas.

 As letras das músicas citam elementos da trajetória de pessoas que vão para Los Angeles “fazer sua arte”: a alegria de estar fazendo o que gosta, a vontade de ser notado, a coragem de seguir seus sonhos. Apesar de eu ser praticamente a embaixadora de Moana no Brasil, vou aceitar se City of Stars levar o Oscar de Melhor Canção Original, porque é linda demais – até fiz um coverzinho, ó:

Tanto pela forma quanto pelo conteúdo, diria que La La Land é um filme feito por e para artistas. Por mais que qualquer pessoa possa se identificar com o dilema de fazer o que gosta ou o que dá dinheiro, o filme fala muito de talento: a Mia quer ser atriz, mas tem dificuldade em se destacar, enquanto o Sebastian é expert em um gênero musical em decadência (o jazz). A primeira questão colocada é: eu tenho talento mesmo? Se sim, é um talento que as pessoas conseguem apreciar? Enquanto correm atrás dos seus sonhos, os dois acabam se trombando e, como já se esperava, se apaixonando.

Terminei o filme com uma sensação boa, inspirada a seguir meus próprios sonhos. La La Land é sensível, fofo e sonhador – praticamente o signo de peixes em forma de filme. Como não amar? Mas sério, abaixa essa guarda antes de assistir. Se você não se deixa envolver, é impossível gostar de qualquer filme. Ou de qualquer pessoa.

(ALE LE LERTA DE SPOILE LE LER – depois dessa imagem, você está por conta própria)

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Ao longo do filme, fica clara a homenagem aos antigos musicais de Hollywood – inclusive na atmosfera romântica da história. Mesmo sendo nos tempos atuais (nem tenho certeza disso, pra ser sincera), evitaram ao máximo usar tecnologia – mal lembro de ver alguém mexendo no celular. Mas essas semelhanças com filmes tradicionais para por aí. Um exemplo disso: o final!

Veja bem! Mia tem um sonho: ser atriz de sucesso. Sebastian tem um sonho: abrir uma casa de show de jazz. Não dava pros dois realizarem seus sonhos ALÉM DE terminarem juntos, felizes para sempre. Quer dizer, até daria, mas aí o filme ficaria no passado, junto com suas referências.

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Sim, o filme tem várias partes “sonhadoras” e a gente até acostuma – mas, no final, teve que botar o pé no chão. Pra essa queda não ser tão traumática, o reencontro ~agridoce~ dos dois conta com uma sequência de vários momentos que “poderiam ter sido”, no melhor estilo 500 Dias Com Ela.

“Mas eu ainda tô triste! Não dá pra acabar assim!” – quem não gosta de ser iludido, não é mesmo? Então, só pra gente não sair tão triste, o filme se encerra com um número musical todo surreal, resumindo o filme – e NELE, SIM, eles terminam juntos! “Aeeee, posso dormir em paz agora!”.

 

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